terça-feira, 31 de maio de 2011

Sessão, Seção ou Cessão?

Essas três palavras têm muitos elementos em comum: todas são de natureza substantiva, têm a mesma pronúncia e, principlamente,  são responsáveis por muita dor de cabeça para quem precisa escrever corretamente e tem pouca prática! Mas veja como pode ficar fácil para você:



1- Sessão - diz respeito a um espaço de tempo: Sessão da Tarde, Sessão com o terapeuta, Sessão da Câmara dos Deputados;


2- Cessão - refere-se ao ato de ceder (conceder) ou doar: Cessão dos direitos autorais, Cessão de terras;


3- Seção (ou Secção) - significa repartição, departamento: Seção de Cadastro; Seção Jurídica.



Não esqueça: o bom é dominar a ortografia plenamente, mas se você estiver escrevendo e não tiver certeza da grafia correta de uma palavra, é melhor substituí-la por um sinônimo a cometer um erro.



Diferença entre Resumo e Resenha

Muitos alunos confundem Resenha com Resumo. Vamos resolver essa questão:

Resumo é uma síntese de um texto, em que as ideias principais são apresentadas de forma compacta, direta e objetiva. Há algum tempo, escrevi uma postagem para o Blog de um cursinho deixando dicas para se produzir um resumo: http://ow.ly/56zor . Vale a pena consultar.

Porém, Resenha é um pouco diferente: além de apresentar os fatos relativos a um dado texto (ou obra), ela traz também um conteúdo crítico-analítico, ou seja, traz as impressões do autor sobre aquele texto, bem como uma variedade de dados e informações que possibilitem ao leitor estabelecer uma relação correta entre o objeto analisado e suas características.

Assim, podemos dizer simplificadamente que a Resenha traz em si o resumo mais um conteúdo crítico. Portanto, trata-se de um texto opinativo.



segunda-feira, 30 de maio de 2011

A ou Há?

Primeira letra do alfabeto, artigo, preposição, pronome oblíquo átono e até pronome demonstrativo: um A pode ter todas essas classificações, dependendo do contexto em que é usado. Por exemplo:

1) A moça chegou. (artigo)

2) Ela foi ao clube. (preposição)

3) Vi-a ontem em uma festa. (pronome oblíquo átono)

4) Esta caneta não é a dele. (pronome demonstrativo)


Não é à toa que muitos se confundem quando são confrontados com a necessidade de categorizar o A. Porém, um dos grandes problemas na hora de usá-lo certamente ocorre em situações como: " ( ou A?) anos não vejo o  Presidente". Em outras palavras: devo usar um verbo (Haver) ou uma preposição (A) na lacuna?

Logicamente, na lacuna acima devemos usar , pois se trata de uma indicação de tempo decorrido.

Já em situações em que a ideia de tempo é projetada para o futuro (Daqui a pouco, vou encontrar o Presidente) cabe apenas uma preposição.

Em resumo: indica tempo passado, e pode ser substituído por Faz; A indica tempo futuro.

Logicamente, o verbo Haver pode também significar Existir. Mas isso é assunto para outra postagem.



Mau ou Mal?

Um erro comum a muitos é a grafia do Mau/Mal. Costuma-se dizer Mal com L ou Mau com U, não é verdade? Já ouvi alguém dizendo que isso mais parece nome de filme, uma referência óbvia a Malcom X, filme que fez sucesso nos anos de 1992.

Trocadilhos à parte, o caso fica mal resolvido se não se levar em conta que, embora no Brasil se pronuciem igualmente -al e -au (como pau, au-au, mingau), a ortografia do advérbio mal é com L, enquanto que a do adjetivo mau é com U.

Na dúvida, recorra aos antônimos: MAL é contrário de BEM (ambos advérbios); MAU é contrário de BOM (adjetivos).

E o Lobo da Fábula de Chapeuzinho? É bom ou é mal? Bem, depende da versão de que se fala: na versão tradicional, ele é MAU (porque não é BOM); na versão politicamente correta, ele é ... inócuo! :)

Bastante ou Bastantes?

Faz uns dias, uma aluna me perguntou se existia a palavra BASTANTES. Dúvida frequente, pois para muitos o plural de bastante não soa bem. Provavelmente por faltar o hábito de usá-lo.

Mas o fato é que existe, sim, o plural de bastante. Usamos bastantes sempre que essa palavra tiver natureza adjetiva. Por exemplo: Ela comeu bastante doce / Ela comeu bastantes doces. Pode soar estranho, mas é a concordância correta na norma culta escrita da língua.

Contudo, se a palavra bastante tiver natureza adverbial, então ela não varia. Todo advérbio é invariável, lembra? Exemplos: Ela já comeu bastante. Os trabalhos ficaram bastante bons.

Na dúvida, substitua bastante por muito. Se aparecer plural (muitos), então bastante também deve ir para o plural. Para exemplificar: A sogra tem muitas alegrias na vida! / A sogra tem bastantes alegrias na vida!

Bastou? Ou você precisa de bastantes exemplos extras? :)


Inauguração

Inaugurar significa colocar em funcionamento, dar início. É isto que estamos fazendo hoje: inaugurando um Blog cuja finalidade é oferecer dicas e soluções sobre as questões da linguagem em uma perspectiva moderna e funcional.

Este Blog, então, como seu título sugere, é uma espécie de local em que você, leitor, poderá se consultar, através das postagens periódicas, sobre suas angústias em relação à Gramática do Português, em relação a questões de Redação, de Literatura e também de Linguística.

Você poderá, via e-mail (consultoriodasletras@hotmail.com) deixar uma dúvida, uma pergunta, enfim, uma angústia sobre os assuntos tratados neste Blog. No momento oportuno, poderemos deixar uma postagem respondendo a algumas dessas questões consideradas pertinentes para a ocasião.

Postas, então, as bases e também os objetivos do Consultório das Letras, vamos em frente lembrando que, como escreveu o poeta Carlos Drummond de Andrade:


"Lutar com palavras
é a luta mais vã.
Entanto lutamos
mal rompe a manhã.
[...]
Palavra,palavra
(digo exasperado),
se me desafias,
aceito o combate."